quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carlo Hauner, Ernesto e Geórgia Hauner

Carlo Hauner, Ernesto e Geórgia Hauner - por


Ernesto (1931-2002) e Carlo imigraram da Itália em 1948, Ernesto que já tinha estudado desenho técnico começo a trabalhar como desenhista em estúdios importantes como o de Lina Bo bardi e Giancarlo Palanti em São Paulo onde aprendeu design de mobiliário. Ernesto e Carlo Hauner abriram a loja de Móveis Artesanal com sociedade de Sergio Rodrigues, a loja foi um fracasso financeiro e em seis meses vendeu apenas dois sofás.
Geórgia Morpurgo Hauner é croata com nacionalidade inglesa e fala cinco línguas. Preparava-se para uma carreira em publicidade quando descobriu que sua verdadeira paixão eram os interiores modernos. Conseguiu um emprego na Artesanal e foi lá que conheceu Ernesto que veio a ser seu marido.
Em 1955, Carlo e Ernesto se uniram a Martin Eisler e a Artesanal passou a se chamar Forma. No início daquela década, a produção seguiu inteiramente o design internacional. Mas a partir da segunda metade da década nasceu um móvel com características mais brasileiras.
Em 1958, Ernesto vende sua parte na Forma e vai para Itália com a esposa, quando retornara abrem a Mobilínea indústria de moveis residenciais e de escritório, onde Ernesto era o único desenhista.
Geórgia era decoradora dos espaços da Forma e depois Mobilínea. E no fim da década de 60, foi convidada pela Editora Abril, Casa e Jardim e outras para criar montagens em estúdios fotográficos focalizando interiores modernos compostos com os produtos dos melhores designers do País.
Em 1972, Ernesto ganhou o 1° lugar em Desenho Industrial na Bienal Internacional do Rio de Janeiro com a cadeira de estrutura em aço cromado e assento em fibra de vidro. A peça demonstra a preocupação do artista, já naquela época, com o meio ambiente, uma vez que o jacarandá, matéria prima que ele e outros designers utilizavam, estava escassa devido à produção em larga escala.
O casal Geórgia e Ernesto muda-se para Vancouver em 1975 e percebe que não há mercado para móveis de design moderno por lá, porém há bastante interesse em azulejos de cerâmica. O material ainda é importado da Europa, pois não existem fábricas de azulejos no Canadá, abrem lá a Interstyle, a primeira indústria do gênero no país.
Na década de 80, Ernesto, com a colaboração de Geórgia e dos filhos Kim e Mike, descobria uma maneira de fabricar azulejos de vidro, algo inédito.
Em 2002 morre Ernesto, e Geórgia mora no Canadá há 35 anos.

2 comentários:

  1. Um Relato ! Para manter a memória viva!

    ResponderExcluir
  2. Lembro-me do casal Ernesto e Geórgia Hauner como meus vizinhos no Edifício Natânia, no Itaim Bibi, onde morei até 2014. Eles moravam no triplex da cobertura (# 151) e o provavelmente somente eu e minha mãe sejamos as testemunhas oculares de vizinhos tão ilustres. Todos os outros moradores já morreram e os novos não se lembram do magnífico projeto paisagístico concebido por Miranda Magnoli. Nada sobrou, a não ser minhas memórias.

    ResponderExcluir